segunda-feira, 24 de março de 2014

Oposto de André na novela ‘Em família’, Bruno Gissoni diz que sua tranquilidade irrita as pessoas

TV Rio de Janeio 14/02/2014 O ator Bruno Gissoni. Foto Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo Foto: Fotos de Mônica Imbuzeiro

RIO - Bruno Gissoni tem 27 anos e, até agora, uma carreira marcada por personagens naquele estilo o-bonitinho-boa-gente.
 E, embora tenha “amado” todos os papéis que interpretou, ele conta que pretende, sim, ir além. Mas acredita que tudo tem a sua hora. —Acho que você tem que começar por um lado e mostrar o seu potencial. Vejo a carreira do Rodrigo Santoro, ele começou assim. E ao mesmo tempo que você tem que se impor, tem que se garantir. Talvez agora ainda não seja a hora — admite, modesto. Atualmente, Bruno tem como missão dar humanidade aos conflitos de André, namorado de Luiza (Bruna Marquezine) na trama de “Em família”. Estudante de Jornalismo, o personagem precisa, a todo momento, lidar com o jeito intrépido da filha de Helena (Julia Lemmertz). Ao mesmo tempo, vive uma relação complicada com a mãe adotiva, Dulce (Lica Oliveira), que é negra. — O André é um cara emocionalmente não muito certo das ideias.

 Não acho que seja preconceituoso com a mãe. Mas ele cresceu com o sentimento de rejeição, e vive na defensiva. O que o faz ser tão pavio curto — argumenta. Além de tal sentimento, André é tomado pelo ciúme que sente da namorada. Principalmente com a aproximação entre ela e Laerte (Gabriel Braga Nunes), que se estreita nos próximos capítulos. — Há mulheres que, para se valorizar, colocam o amor à prova o tempo inteiro. Gostam de fazer ciuminho, ceninha. Luiza tem muito disso. Ao perceber que está perdendo Luiza, Bruno adianta, André ficará mais decidido de que ela é a mulher de sua vida. Postura diferente da que seria adotada pelo ator. — Se a mulher me largasse, eu daria todo o espaço do mundo para que ela voltasse certa do que quer, mas não iria atrás — explica o ator: — Ficar me humilhando, rastejando, nem pensar! Sou muito claro, digo “te amo e quero ficar com você, mas se você não quiser...”

 Namorado da atriz Yanna Lavigne, a Fátima de “Além do horizonte”, Bruno conta que, ao contrário do personagem, tem pavor de DRs (sigla para discutir o relacionamento), e odeia brigas. O jeito demasiado tranquilo, aliás, é motivo de críticas. — As pessoas falam que não coloco para fora, entende? Yanna tem reclamado do meu não reclamar. É que odeio discutir relação, de qualquer tipo, ainda mais por problemas pequenos. Esse negócio de DR é um saco. Só fico irritado mesmo quando a confiança é quebrada. Aí é quase impossível de recuperar.

Em família, para que não haja espaço para desentendimentos, ele mantém uma relação de “muita conversa” com a mãe, Ana Paula, com o padrasto, Beto Simas (a quem chama de pai), e com os irmãos, Rodrigo (o Marlon, de “Além do horizonte”) e Felipe Simas. — Gosto de estar com eles, e valorizo isso. Não nos incomodamos de estar na mídia. O Felipe, agora, vai ser pai e estamos todos felizes. Mais um menino chegando! — avisa.

 Para lidar com as notícias nem sempre agradáveis que saem sobre ele e seus irmãos, Bruno diz não ter válvula de escape. Para extravasar, malha e joga futebol, sua grande paixão. Vez por outra, admite, se pega sonhando com dribles e gramados. — O futebol nunca sai da minha cabeça. Posso dizer que sou um jogador frustrado, mas sou muito feliz atuando — diz ele, que costumava jogar como lateral-direito, mas se desiludiu com o esporte ao perceber “a corrupção que impera no meio”. A sorte mudou de lado depois que Bruno entrou na Oficina de Atores da Record, em 2010.

 As lições que aprendeu com o professor Roberto Bomtempo, diz, vai levar para a vida inteira. — Uma das últimas dicas dele foi: “Se você quer fazer teatro, cinema, faça. Não espere ser convidado. Tem que produzir, correr atrás” — relembra. Com o conselho em mente, o ator, em breve, vai realizar o sonho de atuar no cinema. Fará uma participação no filme estrelado por Bruno Gagliasso, sobre a vida do playboy Jorginho Guinle: — É pequeno. Mas marcará minha estreia — empolga-se.

 O ator também planeja voltar para os palcos após a novela. No momento, Bruno estuda a peça “O apocalipse segundo Domingos de Oliveira”. — Ainda estou novo, tenho que mostrar serviço (risos). Se dormir vem outro e pega seu lugar — constata ele, que começou em “Malhação” (2010) e depois fez “Avenida Brasil” (2012) e “Flor do Caribe” (2013).

 Ciente da competitividade da profissão, Bruno diz ter a noção de que ainda precisa trabalhar muito. — Hoje estou mais maduro com relação ao início. Entrei em “Malhação” sem saber o que era realidade e aquilo me deslumbrou. Estava muito contente com tudo, e agora, tenho ambição. Mas parece que meu esforço vem dando certo, né?

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